sexta-feira, 26 de março de 2010

A música da minha vida

Meu pai me levou até um concerto de música clássica.
Eu estava completamente ansiosa, pois nunca tinha visto um concerto.
Papai e eu sentamos no fundo daquele imenso teatro. Eu comecei avistar homens e mulheres vestidos de preto de dirigindo até seus instrumentos.
Apagaram as luzes e todos ficaram em silêncio. Os músicos começaram a tocar e eu viajando sobre cada acorde daquela música. Foi uma sensação emocionante.
Quando a última nota do concerto apareceu, eu levantei e comecei a bater palma sem medo. Eu sorria para meu pai de tanta emoção.
As luzes se acenderam calmamente e todos se dirigiam até a saída.
Eu deixei papai esperando e corri até o palco, mas me assustei com a chegada de um homem. O homem, aparentemente era um senhor de mais ou menos quarenta anos, ele me tranquilizou deixando eu tocar naquele curioso instrumento chamado violino, eu deslizei a mão sobre aquelas cordas ásperas com um pouco de receio e comecei a sonhar e refletir sobre aquele dia que foi o melhor da minha vida.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Amiga imaginária

Até hoje eu me lembro de como conheci a minha amiga imaginária.
Eu sempre fui uma criança triste, pois não tinha amigos e nem irmãos para brincar, correr, cantarolar, pular e fazer as coisas que eu mais gostava.
Quando eu estava brincando resolvi criar a minha própria amiga. Ela encantava com seus cabelos curtos e pretos como a noite, seus olhos eram castanhos e sua pele era branca como uma nuvem. Clara se tornou minha melhor amiga, ela era fiel a nossa amizade, eu contava tudo pra ela, para mim ela era real.
Clara me acompanhou e ainda acompanha pelo resto da minha vida, estando nos momentos bons e ruins.
Hoje quando estou triste converso sempre com ela, para muitos isso não passa de uma loucura, mas para mim é uma verdadeira amizade contruida pela minha imaginação.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Dias de luto

Por que isso tinha que acontecer com ele e não comigo. Eu repetia essa frase mais de mil vezes, sentada na minha cama naquele quarto escuro eu chorava muito.
Somente tive forças para levantar, abrir aquele velho guarda roupa e pegar a única roupa que estava relativa à minha tristeza.Vesti então aquele vestido preto e sai daquele quarto.
Todos que esperavam na sala vieram na minha direção falando algumas coisas que eu simplesmente não conseguia ouvir, algo tampava meus ouvidos, eu não queria ouvir a realidade.
Para esquecer, sai pela porta da sala e comecei a caminhar naquela vazia e triste rua. Coloquei as mãos em meu coração que sempre seria dele, as lagrimas escorriam no meu rosto e caiam no chão sem eu mesmo perceber, mas mesmo com a tristeza em minha volta passei sozinha aqueles dias de luto.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Carnaval

Pela janela da minha casa eu olhava aquela passeata colorida, pessoas felizes, cantando e pulando.
Eu nunca tinha ido sozinha até aquela aglomeração, pois ainda era uma menina, mas naquele carnaval eu senti uma vontade tão grande que resolvi seguir a passeata. Fui até meu quarto coloquei um vestido rosa cetim e me pintei toda, depois sai correndo.
No começo eu não sabia o que fazer, até que avistei algumas crianças brincando, peguei um punhado de confetes do chão e joguei nelas que logo me retribuíram.
Pelo resto daquela feliz tarde fiquei brincando com elas.
Cheguei em casa me certificando que aquele dia foi o melhor da minha vida. Eu cantei e pulei como todas as pessoas.
Pela primeira vez eu me senti livre.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Lembranças

Estava eu sentado como todos os dias na minha cadeira de balanço, lendo meu livro. O livro parecia muito interessante, pois eu lia rápido e com atenção.
Depois de tantas páginas viradas avistei a palavra “amor”, essa encantadora palavra não fazia mais parte do meu vocabulário. Tanto que fui irresponsável com minhas próprias atitudes, como eu consegui desistir da pessoa que mais se dedicava a mim.
Sim, eu errei, mas me arrependo por hoje estar tudo acabado e eu aqui um velho se escondendo atrás de lembranças obscuras que eu gostaria de retirar da minha triste mente.
Não gosto de me recordar daquele passado, parece que ele foi interminável, por somente um erro perdi a mulher da minha vida.
Eu só queria muito voltar atrás da minha verdadeira vida, que era ela.

terça-feira, 2 de março de 2010

Aniversário

Parabéns pra você, nesta data querida muitas felicidades, muitos anos de vida...
Meus amigos, familiares, simplesmente todos me olhando, rindo, cantando como um coral, tudo era pra mim, enfeites, bolo, doces, comidas e presentes, uma verdadeira surpresa.
Estava uma noite linda, um som agradável, uma luz meio apagada e ele a pessoa que eu mais amava ao meu lado, sorrindo e batendo palmas conforme a música e olhando pra mim, como se eu fosse a pessoa mais inusitada da noite, e eu era.
Até que chegou a hora que eu mais esperava a hora que sonhamos com o que queremos e quem sabe esse sonho seria mais uma realidade.
Pronto! Apaguei as velas que estavam todas enfeitadas em cima do bolo e fiz meus pedidos. Foi incrível.
Eu pedi para ter mais aniversários para eu poder ter toda felicidade, o carinho, a dedicação, o tempo, a paz e o amor em minha volta, pois na vida tem poucos momentos onde temos tudo isso.
Um aniversário, não é ficar mais velha, um aniversário é para agradecer por estarmo vivas e poder ver sempre a alegria das pessoas que amamos.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Solidão

Eu estava sentada em minha cama olhando pela janela a chegada de uma forte chuva. Tudo estava muito triste, pois eu conseguia ver todas as plantas chorarem.
Ao olhar a chuva eu tentava por um segundo me distrair, tentar pensar em outra coisa, mas não conseguia.
Eu gritava mais que a chuva dizendo por que isso tinha acontecido justamente comigo, o que eu tinha de errado, como eu conseguia amar tanto uma pessoa que não olhava mais pra mim, não me queria mais, me trocou, me traiu, feriu totalmente meus sentimentos e conseguiu falar comigo como se nada tivesse acontecendo.
Estava sozinha, abatida pela minha tristeza.
Resolvi então sair naquela chuva, coloquei meu agasalho de linha marrom, vesti meu tênis e sai sem medo.
Comecei a caminhar, as minhas lágrimas se misturavam com a chuva e caiam sobre o chão. Então passei as mãos pelos meus cabelos curtos e agora molhados e segui em frente tentando esconder minha triste solidão.